terça-feira, 21 de julho de 2015

entre 28 e 30

é como se minha alma não tivesse nada a declarar. ela ta solta. ta perdida entre 28 e 30. nem uma coisa nem outra. tem alguém parado no meio. tem uma pessoa que diz que até os 28 sua vida vira do avesso e você se pergunta, que avesso? que mais? quantos avessos mais? falta pouco tempo pra virar, se não virou, não vira mais? dá um certo pavor essas frases de efeito. na realidade a gente nunca sabe quando é que esta dentro de alguma coisa ou fora, a gente acha que, a gente decide que, a gente cria tudo, sentido. você chega aos 28 ainda falando sem querer que tem 26, você não chega nunca, você ta prestes a se tornar alguma coisa que você não se reconhece, você não pára no espelho por mais de 1 minuto, você passa muito tempo esperando alguma coisa. a coisa chegou. e você ainda não. difícil se admitir no seu lugar, com suas escolhas, na sua idade, com seu corpo, com seu cabelo, sua pele, sua voz, seu tamanho, sem mudar nada, uma mar parado. ela me disse que isso era felicidade. Sempre penso nisso, ela nem faz ideia, as pessoas estão tão de passagem que não fazer idéia do quanto estão na gente. cada vez mais televisão, anestesia, uma coisa meio andy warhol misturada com não sei mais quem, não tem mais referencia, não tem muita surpresa, uma fase em que as coisas estão quase organizadas, como se fossem agora durar, e eu me vejo vagando como zumbi nesse lugar cheio de ordem como se eu fosse um tipo desses que se droga, cria coisas geniais e morre aos 27. hoje eu entendo. mas eu não, eu não nada disso.
socorro.

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