sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

estado pós magia embaçada

"(...)pois são completas as coisas quando acontecem depois de anunciadas por dentro, criando um estado capaz de receber o que virá de fora.
Como um telegrama, um telefonema, um aviso qualquer previamente anunciando a chegada, para que se possa arrumar a casa, tirar a poeira dos cantos, preparar a cama, trocar lençóis, limpar pratos, poltronas, recebendo o hóspede ao mesmo tempo desejado e inevitável"
por fim:
"acabo sempre fazendo coisas para não gritar"
pra começo:
"Mas primeiro prova da terra. Depois, voa"
caio
mais tarde preciso escrever sobre o carnaval, coisas que ouvi, sínteses a respeito, não sob meu ponto de vista (pois ele anda exaustivamente embaçado), mas relatos desses "cachorros loucos" que se deixaram soltar e caíram de cabeça nessa magia emocionalmente digna de rede de segurança.
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

um bom começo

- É que as vezes parece que não tem mais nada dentro, carol.
era só isso que eu precisava dizer.
e não disse, por não saber dizer o que realmente precisa ser dito
(que não é necessariamente o que se passa, mas sim a precisão do momento em si).
rodeio
rodeio
rodeio
até não chegar em nenhum lugar
acho que a grande questão é chegar (grande e medonha)
quando sinto o rio seco,
quando a criação não inventa mais,
bate um medo danado do fim.
parece que é a morte chegando
o ócio criativo
a dor de estar no limite
ausência de si
presença de um outro anônimo
a ignorância diante do fim
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

mudança

existe alguma coisa aqui dentro que dói, que pulsa, me leva pra longe sem mapa de volta. ouvi dizer que ando instável, inquieta, a vida nunca foi tão difícil de agarrar. essa coisa de feito artístico, não sei se pra mim é uma questão de necessidade ou de honra, ou as duas coisas.

- porque você não pára com isso?
- se parar, eu morro.

e morro mesmo.

a escrita tem me levado embora. ela realiza e me alivia no "instante-já" denominado por clarisse. nasci para o mérito tabelado, não istantâneo. nasci para não ouvir os aplausos e vir atrás pulsante por saber no meu âmago que foi tudo culpa minha. não quero barulho por mim, nem pra mim. quero fazê-lo eu mesma aqui dentro. festa minha, comigo, sem cigarro e sem alcool. hoje, me condiciono como ferida exposta. o ator é a coisa viva em si. ando morrendo aos poucos, acho. não sirvo mais. essa morte é pra fora. ando morrendo do social, pro social. não sei se quero - se a dúvida se manifesta é porque não quero, não posso, não agora, não mais.

a literatura brasileira me espera.
sala de aula, please.
pós rabisco de um intervalo que não acontece.




.I want love.