segunda-feira, 21 de novembro de 2011

the missing piece

Para ler ouvindo: Don’t you remember – Adele. (não pelo contexto, mais pela força da coisa que não fica)

Hoje foi o dia que ao invés de te ligar, eu me liguei,

E tem tanta coisa que eu faria questão de te mostrar se não fosse esse sufocamento que me persegue hoje, ás vezes, é como se a vida daqui de dentro fosse explodir, é como se a vida de fora fosse embora de bicicleta, você, eu, corre, grita, chama, canta e chora no chuveiro aquela única música que cabe na sua voz, aquela única que se sente segura cantando, mas ela, ele, você não volta, ela foi e uma coisa quando vai, mesmo que volte, já não volta mais dentro da mesma coisa, ela se, te transforma.

Foi o dia de não escovar os dentes, de ficar o maior tempo possível com esse gosto de alho dentro da boca,

Hoje é um dia importante porque eu senti um desejo absoluto de comer pizza de alho, e desejo absoluto é uma coisa tão bonita, tão pura, tão única, é tão de verdade que eu trocaria tudo e qualquer coisa por essa pizza de alho. Isso é ser, isso é vida pra dentro. Essa condição de quem pede pizza pra comer só é sagrada. Se alguém me perguntasse o que me faria mais realizada hoje, eu responderia que não é possível ser mais quando já se está no todo.

Foi o dia de sujar o teclado de gordura na tentativa de eternizar esse instante encontrado,

E quando ele chegar eu vou dizer que eu amo pizza de alho, que aqui perto de casa tem uma incrível, super incrível e maravilhosa, ele vai rir do super, do exagero clássico, eu vou comer aquela, essa pizza com uma integridade, com um excesso de identidade e vou lembrar de mim, vou lembrar de hoje, do dia que desisti de ir pra acrobacia mesmo achando que meu corpo pedia, vou lembrar daquela música abafada na água fria do chuveiro, vou lembrar e gozar, e gozar com você dentro, com você comigo dentro, ou você fora, vou gozar várias vezes pensando no dia em que encontrei comigo de um jeito quase insuportável. Eu sou insuportável e é por isso que preciso de você, dele, preciso de. Pra respirar um ar menos costumeiro, pra ver a cor do outro lado da tela, pra comer outro sabor de pizza, pra rir de qualquer coisa sem graça. Ele, você, o outro chega pra virar o disco, eu escolho, a força que mostra o outro lado é dele, é sua. E se ele não vêm, uma hora a música pára, eu volto a agulha pro início que eu conheço, volto muitas vezes até que ele, você tenha força pra virar.

Eu poderia ter dançado, mas eu só consegui viver,

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