sábado, 17 de junho de 2006

Par-aquele

Que seja por despeito, falso-amor ou qualquer coisa, digo-te que essa menina, que antes vibrava a cada novidade, lamenta o novo de agora. Dói lembrar o quanto me perdi. Lembro-me te vendo como um desconhecido, atentando para uma semelhança que sequer via. Lamento que tenha te estranhado tanto, e digo que não foi sempre assim. Eu fui, sempre. Não você sob meus olhos, entende? Agora já é tarde, cheguei atrasada, não sabe como isso me desconforta. Foi bom me sentir mulher por algum tempo, me sentir sua mesmo que parcial. Desculpe a oferta limitada, é que a vida me fez assim. Parece que a solidão não cansa de mim. As coisas mudaram, e não te quero disponível, te quero sabendo da minha disponibilidade. Não te quero traidor, nem apaixonado, te quero apenas, de qualquer jeito, do jeito que vieres ou que não vieres. Que venha o que restou de melhor, de pior, de você. Lamento não ser a mulher que sonha, ser mais real que isso. E é assim imperfeita, incompleta que te gostei. E te gosto, desculpe, agora mais. É uma pena que sua perda tenha me encontrado. Te quero falando das minhas raras chegadas, cantando Canto de Ossanha, fazendo planos como quem nunca caiu. Que seja assim ou de qualquer outro jeito, mas que seja, porque se o que faltava era eu, agora, só agora sou.

2 comentários:

  1. Anônimo8:57 PM

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  2. Anônimo12:08 AM

    perfeito!
    como sempre...
    dividimos o mesmo ardor e indiferenca. e ao te ver, passo a gostar mais de mim tambem. estranho, mas eh.

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Fala que eu quero ler.