sábado, 24 de maio de 2014

chove?

e eu sinto, 
eu vejo que está todo mundo procurando sentido em qualquer coisa,
ta todo mundo correndo pra fora do vazio, 
ta todo mundo com medo que chova,
e o pior?
sempre chove.



acontece assim: tem um cara que não gosta do que faz, ele diz que precisa mudar de área, ele diz que está infeliz e que viveu processos depressivos, ele diz que as pessoas que conseguem se manter num trabalho que não amam se mantém por motivos outros, se mantém porque tem um filho, uma esposa esperando, ele não, ele não tinha ninguém, nada, então precisava mudar de área. 
isso foi a coisa mais triste que alguém já me disse.

teve um outro caso: um amigo passou 4 anos sem transar com ninguém. motivo? amor.

eu percebo também que depois de muita presença, existe uma falta que quase tira o sentido de tudo, uma falta quase suicida, assim, uma falta que invalida tudo que fez sentido até então, essa falta é parecida com a sensação pós droga, é muita felicidade pra muita tristeza depois, as pessoas não aguentam com extremos, ou melhor, eu, eu, quando tomei um ácido senti vontade de comer, morder, beber o mundo, mas o mundo não coube, daí no dia seguinte a frustração de não ter dado conta se misturou com um esvaziamento, gerando uma fraqueza, uma incapacidade diante do mundo, uma vergonha de ter fracassado diante dele.
não dá, e quando não dá tem que comprar um número maior, ou menor. não dá. esse não dá. não. não é não, isso quase nunca muda.


- o mundo não cabe dentro de você, menina.

- ta na hora de pensar no que você tem.


- eu tenho gastrite nervosa. 
serve?



um espirro. 
tudo acontece no tempo de um espirro.

eu vim escrever pra tentar clarear algumas coisas na minha cabeça, mas 
eu já não me lembro mais o que eu dizia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fala que eu quero ler.