as coisa vão perdendo a cor, tudo gira envolta, a velocidade
do andar diminui, não olha no olho das pessoas, fuma cigarro, qualquer cigarro,
pensa que é como se tivessem te levando o sangue, vermelho, azul, qualquer cor,
escuta cada vez menos, faz força pra não ouvir, você briga com você mesma,
dentro fica tudo confuso, nebuloso, cheio de cor, cheio de coisas sem nome
berrando, se movimentando, sentando, levantando, tem música, tem bebida, run,
tem run com soda, tem champanhe com suco de framboesa, tem coisas, não pessoas,
coisas sem nome se esbarrando, elas não enxergam, se esbarram, gritam, fazem
sons estranhos, urram, uivam, flutuam também, eles fazem a terceira guerra
mundial lá dentro enquanto ela anda, come, liga, espera, espera, espera e ri.
sexta-feira, 21 de junho de 2013
sobre mais um fim na gávea.
e agora tem umas dores no corpo inteiro, tem uma vontade que
tudo isso passe rápido, uma vontade de tomar algum remédio que cure, eu deito
na cama e vejo as 4 paredes caindo, desabando, virando pó e eu me vejo no meio
, na cama abraçada com a almofada amarela que é pra sempre, elas caem ao mesmo
tempo sem fazer barulho e ninguém mais pode ver, sair é uma maneira de ser
eterno, ficar pra sempre pode ser nunca mais estar na coisa, toda vez que eu
deito na cama eu vejo essas paredes desabando, me dá um frio no braço, e eu
lavei 5 calcinhas, hidratei o cabelo, depilei a perna, tudo pra tentar lembrar
de mim, esquecer qualquer outra coisa, o mundo ás vezes fica de mau, ás vezes
ele te mostra que nem sempre você pode, seus passos não são seus e você precisa
aceitar isso, andar na direção que ele manda, não adianta, e quando nada mais
adianta? tudo é banal, futuro não existe, ninguém dura pra sempre e eu já havia
me dito isso, acontece que enquanto a parede permanece lá você insiste em
permanecer aquecido, ser humano precisa de calor, lembra de você, remédio pra
esquecer, tem? não tem mais nada, não ficou nada, coisas, sim, ficou um pen
drive de fotos antigas, relações antigas, só isso, só um passado muito
distante, ficou aqui em algum lugar, incenso pra limpar, vontade de voar pra
longe dessa coisa de plano. quem era aquela pessoa no meio da rua? vestia blusa
rosa, bermuda quadriculada, fumava cigarro, bebia cerveja, tinha um olho que
nunca vi, eu nem ouvi nada, o que foi mesmo que disse? eu nem sei mesmo se eu
estava realmente lá.
as coisas não param,
eu não paro,
eu acho que ás vezes,
eu
não acho nada.
(post antigo jogado aqui num canto ciber qualquer)
Deus,
Deus, eu queria entender algumas coisas, vou tentar não
falar muito e começar logo. eu quero saber porque toda vez que a gente fica
feliz, muito feliz, alguma coisa empurra a gente pra baixo de novo, essa é a
minha principal questão, eu fiquei pensando que não pode ser obra sua, você é bom poxa, eu quero uma explicação pra isso, pra mim soa como um aviso de que é
preciso endurecer, ficar forte, mas não sei, eu vejo tanta gente forte e dura
no mundo, acho que não precisamos de mais, e também eu não vejo elas fazendo
nada de grandioso, tudo bem que eu também não faço, mas eu sinto pelo menos,
você consegue me explicar isso em uma frase? vou tentar formular uma pergunta
objetiva, não agora, quero refletir mais um pouco pra não decidir errado, olha
eu quero entender porque a vida dói tanto quase sempre, eu já pensei em tomar
remédio, mas fico com medo de sair do circuito e não voltar mais, fico
achando que é assim mesmo, que com o tempo vai doer menos, mas não sei não, não
sinto menos do que 1 ano atrás, pelo contrário, parece que quanto mais tempo,
mais planos, mais outras pessoas, mais uma mesma pessoa, sinto que quanto mais,
mais, e parece que gente não serve pra gente, tem sempre um tropeço que
acontece que dói mais em quem estava de mão dada, mas olha, eu entendo, entendo
mesmo, sei que as coisas acontecem e que ser humano é realmente uma prisão de
si mesmo, mas o que eu não consigo entender é que se as coisas são assim mesmo
e devem permanecer, porque doer tanto? eu queria entender, ás vezes acho que tem
haver com ego, ás vezes acho que quanto mais a gente tomba na vida, mais a
gente desnuda, mais a gente entende que é possível, mas não sei, possível o que
mesmo? o problema é que esses tombos ás vezes fazem a gente andar de joelheira,
capacete, esses tombos fazem a gente ter medo de andar de bicicleta, as pessoas
matam a magia pra evitar qualquer lágrima, e é nesse ponto que eu queria
chegar, eu quero te dizer, eu quero te enfrentar agora, quero dizer que eu não
vou andar como esses, eu não posso começar a andar devagar porque a vida me
ronda, eu vou sofrer, vou chorar, mas eu me recuso a aprender, sabe Deus, ás
vezes eu sinto como se o mundo fosse um pudim mal feito, e eu sinto que eu to
no meio olhando todas as entradas sem entrar, medo, medo de escorregar, medo de
não saber voltar, e isso a gente não mata assim, mas eu ainda assim vou, eu só
não sei até onde, só não sei se caindo consigo resignificar, é como se a dor
fosse tão grande que ela me dopa, a dor de um futuro que pode doer, mas se ele
vai doer mesmo, aí você sofre pela dor de agora e pela dor que virá, como se
você fosse Deus, ele mesmo, como se você pudesse se proteger de alguma coisa,
mas você já viu que não pode, já foi protegida a vida inteira e nem por isso
sofreu menos, você precisa mergulhar na coisa mesmo, você deve saber que vai
doer, mas doer vai doer sempre, você precisa é encostar onde dói menos, porque
ás vezes o que faz doer, também alivia, a pergunta Deus, a pergunta: um dia dá
pra dar a mão, fechar os olhos cair e levantar como se o tombo fosse escada,
tudo isso em um minuto?
Assinar:
Postagens (Atom)