é hora de fazer alguma coisa.
é hora de sair de entrar
de ouvir Beirut
de gritar até perder a voz
de cair até parar de sangrar
de gostar até se perder
de encontrar uma seta e ir
de você com
de você sem roupa
no chão
em cima do
em cima de
olha aquela seta
ela olha pra você?
vai.
falta sinalização
sobra costume e dependência
de que?
sobra medo do futuro
receio de estar andando pra trás
pânico de não chegar á tempo
enjôo de não saber ir
não existe caminho sem placa.
fica tudo preto, tudo branco, tudo cinza
essas 4 paredes com janela e portas
5 portas tão perto não servem
não levam
essa janela que não deve ser aberta
falta coragem
sobra silêncio e muita gente falando:
- É que algumas pessoas falam quando silenciam.
vontade de voltar
de olhar pra trás e me deixar lá
de ficar naquele sonho, naquele vazio encantado
eu preciso saber onde foi que aquela coisa toda se perdeu
quando é que a gente começa a realizar?
por onde existe começo? Recomeço?
eu quero ficar lá
entender
gritar que vai faltar sentido
alguém sobrando no bolso?
quem vende?
quem troca?
eu só queria o luxo de dormir
um favor sem troco
ninguém pode por mim
aquela flor verde que grita seu nome
essa ausência permanente me mostrou esse buraco
ele é redondo
frio
e muito quente
e cheio de gente sem assunto
e têm eco
e têm uma menina de vestido branco que roda
e o vento vêm de cima
e o vestido sobe
e ela roda
e tonteia
e roda pro outro lado
não cai pra não parar
ela roda e ri
ela ri devagar
ri pouco pra não doer
e ela pretende rir a vida toda nesse limite
e o buraco afunda sob seus pés
e as paredes se aproximam
e os braços sobem
e o fundo não chega
e ela não pára
ela ri e roda
a seta olhou pra ela
ela olhou pra seta
e elas foram.
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.
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