- Eu preciso dizer que eu amei aquele blues que você me deu, preciso dizer que pessoas lançam livros interessantes ou não, pessoas se lançam, e isso é interessante.
- Eu quero dançar pra não ver a vida passar, pra passar dançando pela vida, debochando dela, eu preciso que esse corpo se coloque, se conheça, se desabe em algum lugar cheio de risco, sem pretensão. Porque não há mais pretensão, há uma performance-dança que a gente faz pra gente, e fica bom por isso, há algumas pessoas que a gente encontra por aí que colocam a gente quando já não há mais espaço, há sempre mais espaço quando se trata de gente, e há sempre gente para colocar em qualquer espaço, gente que já está e que aprecia colocar, porque um dia espera também ser colocado.
- Cabelo: solto sim, agora solto porque agora é a hora, eu precisei me expor um pouco. "de cabelo preso você muda", ele disse que eu era mais jovem cheia de cabelo, mais séria sem. Qual delas sou mais eu? A alegria tem cheiro? Isso é outra coisa, um poema que li, perdi o medo de ler poemas, leio, leio o que for pra ler, me coloco com segurança e voz firme, com vestido longo e cabelo solto. Precisei não soltar um pouco porque acredito na vida, e se ela me tirou os cabelos, penso que é porque não caberia mais tanto esconderijo, era hora da limpeza, e eu limpei.
- Tem a coisa de desacreditar. Falo mais tarde sobre isso. Estou lendo Niet, estou com medo dele, mas vou encarar. To cansada mesmo, quero virar outra coisa. Dizem que ele pode fazer isso e eu acredito.
- O livro da Paula Parisot: "Gostaria de mastigar o passado e digeri-lo". Uma semana com ela, mas teve o conto da francesa no ônibus com outra Paula, tinha a praia e um personagem que estava morto metaforicamente, ele não sabia amar, ele queria aprender. Eu também.
- Tudo começou assim com a primeira Paula.
- Onde é que vai dar?
- "Queria espremer o vazio até a última gota" P.P.
HOJE EU COMPREI UMA FLOR VERDE PARA PENDURAR NA MINHA LUZ.
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