segunda-feira, 17 de maio de 2010

bata bem antes de engolir


  • Eu preciso dizer que eu amei aquele blues que você me deu, preciso dizer que pessoas lançam livros interessantes ou não, pessoas se lançam, e isso é interessante.

  • Eu quero dançar pra não ver a vida passar, pra passar dançando pela vida, debochando dela, eu preciso que esse corpo se coloque, se conheça, se desabe em algum lugar cheio de risco, sem pretensão. Porque não há mais pretensão, há uma performance-dança que a gente faz pra gente, e fica bom por isso, há algumas pessoas que a gente encontra por aí que colocam a gente quando já não há mais espaço, há sempre mais espaço quando se trata de gente, e há sempre gente para colocar em qualquer espaço, gente que já está e que aprecia colocar, porque um dia espera também ser colocado.

  • Tem também o professor que eu pensei tanto essa semana, que fala sobre moldura, não diz se é melhor ou pior, diz que estou bem, não pergunta, diz. Eu até melhorei depois disso, melhorei desse estado inerte, estacionado, eu realmente estava bem, mas não lembrava, ele lembrou, me achou mais bonita, não disse, mas eu senti quando falou dessa coisa da moldura.

  • Cabelo: solto sim, agora solto porque agora é a hora, eu precisei me expor um pouco. "de cabelo preso você muda", ele disse que eu era mais jovem cheia de cabelo, mais séria sem. Qual delas sou mais eu? A alegria tem cheiro? Isso é outra coisa, um poema que li, perdi o medo de ler poemas, leio, leio o que for pra ler, me coloco com segurança e voz firme, com vestido longo e cabelo solto. Precisei não soltar um pouco porque acredito na vida, e se ela me tirou os cabelos, penso que é porque não caberia mais tanto esconderijo, era hora da limpeza, e eu limpei.


  • Ele foi embora. Ele entendeu o email, eu entendi o que ele disse. A gente conversou pela primeira vez. Ele pediu desculpas, falou sobre culpa, sobre coisas fortes, sobre as coisas como poderiam ter sido, como foram, sobre como a gente é interessante, assim nessa coisa de afinidade, falou do tempo, do tempo da gente, do tempo que passou, disse que precisava pedir desculpas, me olhou no olho, pegou na minha mão, me pediu um abraço e um ingresso, eu dei os dois. Disse que leu, releu, que era melhor pessoalmente, eu disse da dificuldade dessa coisas de pessoalmente, a gente parou ali, não tem mais espaço pro de antes, agora eu não sei mais o que é. Sei que não morre dentro, morre a coisa, a relação, a relação do jeito que era, mas a coisa fica dentro, o coração bate mais forte quando o acaso cuida de nos encontrar. Blusa verde, dois beijos, o Arnaldo, a fila, o produtor que namora o outro que resolveu me garantir aquilo tudo, aquela coisa toda pouco comovente, mais muita coisa, não sei bem sobre o que vi ali, mas eu vi, ouvi e tudo isso esta latejando aqui dentro. Preciso pensar com calma sobre. Amanha na barca sem falta. Na barca de 7 e 20. Amanha não posso atrasar. Já passa da meia noite, o sono ficou. Onde?


  • Tem a coisa de desacreditar. Falo mais tarde sobre isso. Estou lendo Niet, estou com medo dele, mas vou encarar. To cansada mesmo, quero virar outra coisa. Dizem que ele pode fazer isso e eu acredito.


  • O livro da Paula Parisot: "Gostaria de mastigar o passado e digeri-lo". Uma semana com ela, mas teve o conto da francesa no ônibus com outra Paula, tinha a praia e um personagem que estava morto metaforicamente, ele não sabia amar, ele queria aprender. Eu também.

  • Tudo começou assim com a primeira Paula.


  • Onde é que vai dar?


  • "Queria espremer o vazio até a última gota" P.P.

HOJE EU COMPREI UMA FLOR VERDE PARA PENDURAR NA MINHA LUZ.

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