quarta-feira, 25 de junho de 2008

de nós dois

é como se, metade madrugada fria, metade falta.

o frio me faz calmaria, pede coisas que há tempos ninguém ousa:
pede-me, por favor.
diz que a cama é quase sempre o melhor lugar, que a coberta, quando é humana esquenta com mais autenticidade. lembra-me coisas que me esforço o ano inteiro pra esquecer.
o frio traz a gente de volta pra gente, ou leva á um outro que também precisa de um.
nessa época do ano é bonito lembrar daquele chocolate com gosto, daquele abraço que fala, daquela mão, que daquele jeito, naquele minuto foi só sua.

lembrar do dia em que ser só não tinha graça, bom era ser dois com unidade.

quando o vento bate penso em como tudo estaria se ele não ventasse, se o tempo
fosse outro, se a palavra fosse: sim, não ou silêncio.

se lançar é ainda mais difícil quando o corpo pede calor.
calor é difícil de achar.
nem todo fogo aquece.
calor vêm da alma, é como se o sol se doasse por segundos, construindo um momento raro, sagrado, que abastece e nos coloca á postos pra vida.
uma questão de encontro de almas.
como caio já dizia:

"num deserto de almas uma alma especial encontra a outra de imediato"

é como se a vida chegasse bem perto com lucidez:
- Estou aqui. me usa, mas não abusa. ou pensa em colecionar vasos quebrados?
sobre a arte de ver o que ainda existe.
sobre não engolir a vida nem ser engolido por ela.
sobre a importância de pensar no que somos com um outro, por uma vida menos quebradiça.
sobre a arte de encontrar na vida algo tão puro e verdadeiro quanto uma canção do Roberto.

domingo, 8 de junho de 2008

estamos com fome de amor

"Vivemos cada vez mais tempo,
retardamos o envelhecimento
e estamos a cada dia mais belos
e mais sozinhos"
...
arnaldo jabor